sexta-feira, 23 de maio de 2014

AMAR É DESCOBRIR OS DETALHES, OS AVESSOS







Amar é descobrir os avessos. 
É olhar o outro lado, o nunca visto, o não investigado.
Amar é exercício de investigação, de constante e atenta observância.
Só o observar silencioso da existência nos capacita para uma formulação de palavras...
Só pode dizer alguma coisa sobre uma pessoa, aquele que soube demorar, que soube ficar, permanecer, vigiar, descobrir. 
As palavras reveladoras só nascem depois da observação silenciosa.
Uma mulher não se sente amada no momento em que o homem a proporciona uma noite de amor, apenas...
Mas sobretudo no momento em que se sentam à mesa de um restaurante, e sem que ela diga nada ele lhe pede o prato favorito.
Amar é descobrir os gostos, os sabores particulares, os desejos mais ocultos.
Amar é saber a cor favorita, o número que calça os pés, o que causa medo e o que encoraja.
Hoje fiquei pensando...
Meu pai morreu sem que eu soubesse qual era sua cor favorita...






Pe. Fábio de Melo

O AMOR É AGORA






O grande segredo da vida é viver o dia
Amanhã não sei o que vai ser, melhor viver agora
A vida passa tão depressa, semelhante ao vento
Não espere para amar depois
Talvez não dê mais tempo
Amor foi feito para amar
Perdão foi feito pra se dar
Não semeie pra colher depois, o tal ressentimento
Portanto é melhor viver
Pensando ser a despedida
Olhando tudo ao seu redor
Como quem vai embora

Pudera eu fazer virar palavra este meu sentimento
E te dizer o quanto sou feliz por seres meu amigo
Pudera eu abrir meu coração e te mostrar o fundo
Te revelar com gestos e palavras
Que te amo muito
Pudera eu retroceder na história, regressar no tempo
Reencontrar aqueles que partiram sem o meu abraço
Mas eu bem sei que o essencial de hoje é viver o
agora
Melhor assim: nem antes, nem depois
O amor é agora
Não deixes pra fazer depois se pode ser agora
Um sorriso custa muito pouco e ilumina a alma
Não permita que o sol se ponha sobre a tua ira
Não há mágoa que no coração mereça ser trazida

Amor foi feito para amar
Perdão foi feito pra se dar
Não semeie pra colher depois, o tal ressentimento
Portanto é melhor viver
Pensando ser a despedida
Olhando tudo ao seu redor
Como quem vai embora.





Pe. Fábio de Melo

O DESCONCERTO QUE CONSERTA







Odiar é também uma forma de amar. Diferente, mas é. É que o coração humano nem sempre consegue identificar o sentimento que o move. É claro que existem situações em que o ódio é ódio mesmo, mas, em outras, não.

Você já deve ter experimentado isso que estou dizendo. Sobretudo no momento em que foi traído, enganado e até mesmo abandonado. O sentimento foi de revolta e, nela, o amor muda de cor, configura-se diferente. É a mesma coisa que acontece com os animais que se camuflam para sobreviverem às ameaças dos inimigos. O camaleão é sempre camaleão, mesmo que não possamos identificá-lo no seu disfarce. Da mesma forma fazemos nós.

Quando temos o nosso amor traído, ameaçado pelo descaso do outro, nós nos revestimos de ódio e ressentimentos. Mas a fonte é sempre o amor. Ele é o referencial de onde parte a nossa reação. Nem sempre temos coragem de assumir isso. A traição nos trava para a misericórdia. E, então, sentimos necessidade de devolver a ofensa com a mesma moeda.

Por isso, dizemos que odiamos. Mas só o dizemos, porque o que nos falta é coragem para dizer que amamos.

Camuflados e infelizes

Camuflar é o recurso que usamos com o objetivo de nos justificarmos diante dos outros. É uma forma que temos de nos sentir menos humilhados. Não raras vezes, dizer que temos ódio é uma maneira de tentar dar a volta por cima. Estranho isso, mas acontece.

Talvez seja por isso que as pessoas andam tão distantes dos seus verdadeiros sentimentos. Tememos a fraqueza. Tememos que o outro nos flagre no sofrimento que a gratuidade do amor nos trouxe. Preferimos assumir uma postura marcada pela agressividade a outra que nos mostrasse em nossa fragilidade.

Nos dias de hoje, cada vez mais, acentua-se a necessidade de ser forte. Mas não há uma fórmula mágica que nos faça chegar à força sem que antes tenhamos provado a fraqueza. E amar é experimentar a fraqueza. É provar o doloroso campo da necessidade, da carência e da fragilidade.

Amar é uma forma de depender, de carecer e de implorar. É uma forma de preenchimento de lacunas, visto que o amor é a melhor forma de complementar os espaços.

Admirável desconcerto

Quem ama sabe disso. Quem é amado, também. A gratuidade do amor consiste nisso. Amar quando o outro não merece ser amado. Surpresa maior não há. Ser abraçado no momento em que sabemos não merecer ser perdoados. O amor verdadeiro desconcerta. O perdão e a reconciliação são a prova disso. Somente depois de dizermos infinitas vezes "Eu te perdôo" , é que temos o direito de dizer "Eu te amo". Porque, antes do perdão, o que existe é admiração. Esse último sentimento não é o mesmo que amar. Só amamos aqueles a quem perdoamos. E, geralmente, só odiamos aos que amamos, caso contrário seríamos indiferentes.

Pena que tem sido cada vez mais difícil declarar amor no momento em que o outro não merece. Não temos coragem de tomar essa atitude, porque ela é chamada de fraqueza, coração mole. E, por medo de sermos vistos assim, camuflamos o amor com as roupas do ódio.

Perdemos a oportunidade de atualizar a gratuidade do amor de Deus na precariedade do amor humano e de surpreender o outro com nosso gesto já transformado pela graça divina.

Na sua vida, não tenha medo de ser fraco, já que a fraqueza representa capacidade de amar. Quando o outro, pelas mais diversas razões esperar pelo seu ódio, surpreenda-o com o seu amor.

Desconcerte-o e, assim, você ajudará a consertar o mundo.



sábado, 3 de maio de 2014

BELEZA







A beleza basta ser bela para fazer bem. 
Há criatura que tem consigo a magia de fascinar tudo quanto a rodeia;
Às vezes nem ela mesmo o sabe, e é quando o prestígio é mais poderoso; 
A sua presença ilumina, o seu contato aquece; 
Se ela passa, ficas contente; 
Se para, és feliz; 
Contemplá-la é viver;
É a aurora com figura humana.

ESTAR BEM E FELIZ







Estar bem e feliz é uma questão de escolha e não de sorte ou mero acaso. 
É estar perto das pessoas que amamos, que nos fazem bem e que nos querem bem. 
É saber evitar tudo aquilo que nos incomoda ou faz mal, não hesitando em usar o bom senso, a maturidade obtida com experiências passadas ou mesmo nossa sensibilidade para isso. 
É distanciar-se de falsidade, inveja e mentiras. 
Evitar sentimentos corrosivos como o rancor, a raiva, e as mágoas que nos tiram noites de sono e em nada afetam as pessoas responsáveis por causá-los. 
É valorizar as palavras verdadeiras e os sentimentos sinceros que a nós são destinados. 
E saber ignorar, de forma mais fina e elegante possível, aqueles que dizem as coisas da boca para fora ou cujas palavras e caráter nunca valeram um milésimo do tempo que você perdeu ao escutá-las.






Fernanda Young