terça-feira, 14 de novembro de 2023

EGOCENTRISMO E NARCISISMO

 

 


 

Alguma vez lhe foi dito que vocĂȘ Ă© egocĂȘntrico ou que tem tendĂȘncias narcisistas? Ambos os traços sĂŁo comuns nos humanos, mas diferem em muitas frentes psicolĂłgicas.

Certamente todos nĂłs jĂĄ ouvimos em algum momento de nossas vidas que “sĂł pensamos em nĂłs mesmos”. Isso Ă© normal atĂ© certo ponto, jĂĄ que quase todo ser humano coloca seus interesses Ă  frente dos demais em algum momento de sua vida. No entanto, narcisismo, egoĂ­smo, egocentrismo e outros termos associados tĂȘm muitas diferenças.

AlĂ©m de haver claras diferenças entre uma pessoa narcisista e uma egocĂȘntrica, Ă© necessĂĄrio enfatizar que hĂĄ uma grande distĂąncia entre essas personalidades e os transtornos psicolĂłgicos a elas vinculados, como o transtorno de personalidade narcisista. Aprenda conosco a distinguir esses conceitos e o normal do patolĂłgico nas linhas a seguir.

EgoĂ­smo, egocentrismo e narcisismo

Antes de explorar as diferenças entre egocentrismo e narcisismo, achamos interessante lançar uma sĂ©rie de bases na psicologia humana, na autopercepção do “eu” e na busca do prĂłprio bem-estar sobre o progresso comum. Explicaremos esses conceitos separadamente, pois eles serĂŁo essenciais para compreender a pessoa narcisista em profundidade.

O que Ă© egoĂ­smo?

Embora o egoísmo seja algo que caracteriza parte do comportamento do ser humano, quando se manifesta em excesso pode dificultar o estabelecimento de relaçÔes sociais.

O dicionĂĄrio define o egoĂ­smo como “um amor imoderado e excessivo de si mesmo, que o faz atender desproporcionalmente ao prĂłprio interesse, sem cuidar aquele dos outros”. No mundo da biologia, esse conceito nĂŁo tem nenhuma conotação negativa, uma vez que Ă© concebido como a tendĂȘncia de um organismo ao seu prĂłprio bem-estar (o oposto do altruĂ­smo).

O egoĂ­smo estĂĄ atĂ© certo ponto impresso nos genes, uma vez que todos os seres vivos buscam sua permanĂȘncia para se reproduzir e, portanto, deixar uma marca maior nas geraçÔes seguintes. Muitos dos atos supostamente empĂĄticos no mundo animal sĂŁo explicados pela kin selection, ou seja, a relação de parentesco.

Estipula-se que na natureza os seres vivos tĂȘm maior probabilidade de ter comportamentos altruĂ­stas se os ajudados forem seus parentes diretos, pois afinal compartilham genes. Os maiores expoentes dessa postulação sĂŁo os himenĂłpteros (formigas e abelhas), pois nelas as operĂĄrias sacrificam sua sobrevivĂȘncia e capacidade reprodutiva pela permanĂȘncia de sua mĂŁe (a rainha).

Falar sobre egoísmo em humanos é mais complexo, pois nossa ética, moral e personalidade vão muito além da seleção natural. Em todo caso, as fontes de informação e as correntes psicológicas estipulam que todo ato realizado por uma pessoa é voltado para o interesse próprio, mesmo quando parece desinteressado.

Somos todos egoĂ­stas atĂ© certo ponto, porque mesmo com atos empĂĄticos ou desinteressados buscamos o bem-estar que “tomar a decisĂŁo certa” nos traz.

O que Ă© egocentrismo?

Uma pessoa egocĂȘntrica Ă© egoĂ­sta por definição, mas certas nuances distinguem os dois termos. Como o  DicionĂĄrio da Real Academia Española de la Lengua, indica, egocentrismo Ă© “a supervalorização da prĂłpria personalidade que leva a pessoa a acreditar que Ă© o centro de todas as preocupaçÔes e atençÔes”. Em outras palavras, representa o fracasso em compreender uma realidade diferente da nossa.

Embora estejam amplamente ligados, o egoĂ­smo Ă© concebido mais como a necessidade de acumular bens ou aptidĂŁo social, enquanto o egocentrismo representa a necessidade de ser o centro do mundo, independentemente dos bens tangĂ­veis que isso acarreta. Todas as pessoas egocĂȘntricas sĂŁo mais egoĂ­stas do que a norma, mas nem todo egoĂ­smo Ă© egocĂȘntrico ao mesmo tempo.

De qualquer forma, todos os humanos sĂŁo egocĂȘntricos atĂ© certo ponto. Afinal, somos o centro de nossa prĂłpria existĂȘncia e, portanto, tendemos a acreditar que nossas experiĂȘncias e pensamentos sĂŁo “especiais”. O conjunto de traços egocĂȘntricos tem um pico de prevalĂȘncia na infĂąncia, mas tambĂ©m Ă© observado em adultos.

Egocentrismo ao longo da vida

Aqui estão alguns exemplos de egocentrismo ao longo da vida do ser humano médio:

  1. Egocentrismo na primeira infĂąncia: todos os recĂ©m-nascidos e bebĂȘs sĂŁo egocĂȘntricos por natureza, pois apresentam sĂ©rios impedimentos para aplicar o pensamento lĂłgico e diferenciar uma ou mais entidades. Para uma criança pequena, outras pessoas veem, ouvem e sentem exatamente da mesma maneira que ela.
  2. Egocentrismo na infĂąncia: crianças pequenas tendem a ter muita dificuldade em distinguir o objetivo do subjetivo. Portanto, elas sĂł sĂŁo capazes de experimentar o mundo de sua prĂłpria perspectiva e assumir que esta Ă© a Ășnica possĂ­vel.
  3. Na adolescĂȘncia: o adolescente, devido Ă s mudanças fĂ­sicas e hormonais que experimenta, concentra-se principalmente em si mesmo. AlĂ©m disso, o desenvolvimento da prĂłpria identidade requer um certo grau de singularidade, o que resulta em um alto egocentrismo. A rejeição dos pais neste estĂĄgio tambĂ©m pode promover o traço.
  4. Na idade adulta: a prevalĂȘncia do egocentrismo individual tende a diminuir apĂłs 15-16 anos, conforme indicado por trabalhos especializados. Em qualquer caso, todos os adultos tĂȘm certos traços egocĂȘntricos ou mais ou menos com tendĂȘncia ao egocentrismo dependendo de mĂșltiplos fatores.

Como vocĂȘ pode ver, os seres humanos experimentam seus maiores “fardos” de egocentrismo na primeira infĂąncia, infĂąncia e adolescĂȘncia. Essa distinção de idade marca uma das principais diferenças entre narcisismo e egocentrismo, como veremos em linhas posteriores.

Os seres humanos carregam traços egocĂȘntricos bĂĄsicos. Postula-se que livrar-se deles por completo Ă© uma tarefa que nunca se completa.

O que Ă© narcisismo?

O narcisismo Ă© uma admiração excessiva e exagerada que uma pessoa sente por si mesma, por sua aparĂȘncia fĂ­sica ou por seus dons ou qualidades. Em outras palavras, Ă© um interesse excessivo pelo prĂłprio ser fĂ­sico e pelas preocupaçÔes com as necessidades, muitas vezes Ă s custas dos outros.

É da natureza humana ser um tanto egoĂ­sta e ter amor-prĂłprio atĂ© certo ponto. Entretanto, hĂĄ uma clara diferença entre ser narcisista, egoĂ­sta ou egocĂȘntrico

O narcisismo é caracterizado por um sentimento permanente de grandeza, que é acompanhado por emoçÔes de superioridade (entitlement), arrogùncia e uma falta geral de empatia e preocupação com os outros. Apesar de suas conotaçÔes negativas, certo grau de narcisismo tem sido historicamente associado a uma constituição natural do ser humano.

Narcisismo, egoĂ­smo e egocentrismo sĂŁo traços normais atĂ© certo ponto. No entanto, uma combinação deletĂ©ria de todos eles leva ao transtorno de personalidade narcisista (NPD, por sua sigla em inglĂȘs) e outros problemas psiquiĂĄtricos. Veremos suas caracterĂ­sticas nas linhas a seguir.

Qual é a diferença entre egocentrismo e narcisismo?

Separamos e explicamos os termos envolvidos extensivamente. A seguir, apresentamos quais são as diferenças entre egocentrismo e narcisismo e como detectar pessoas com esses traços acentuados (ou patológicos). Não perca!

1. A autogratificação faz parte do narcisismo, mas não do egocentrismo

A chave essencial para distinguir uma pessoa egocĂȘntrica de um narcisista Ă© muito simples. O narcisismo requer autoadmiração, enquanto o egocentrismo nĂŁo. Uma pessoa egocĂȘntrica acredita que Ă© o centro das atençÔes, mas nĂŁo recebe gratificação por sua prĂłpria admiração.

Vejamos um exemplo prĂĄtico: uma pessoa muito egocĂȘntrica sente que sua realidade Ă© a Ășnica verdadeira, mas nĂŁo precisa pensar que Ă© perfeita, excelente ou que se destaca dos demais. Os adolescentes tendem a ter uma carga elevada de egocentrismo, mas ao mesmo tempo este Ă© um dos momentos vitais em que se estĂĄ mais insatisfeito com a prĂłpria identidade.

Vamos alĂ©m, porque estudos mostram que pessoas que sofrem de depressĂŁo tendem a ser mais egocĂȘntricas do que aquelas que nĂŁo manifestam esse transtorno. Os transtornos narcisistas tambĂ©m foram associados Ă  tendĂȘncia depressiva, mas certamente nĂŁo da mesma forma. Uma pessoa narcisista se repete (e acredita) quanto vale, algo que nĂŁo Ă© realizado em todos os egocĂȘntricos.

O narcisismo estå muito mais focado na elevada autopercepção do que no egocentrismo.

2. O egocentrismo Ă© a chave durante os estĂĄgios iniciais de desenvolvimento

Como dissemos em linhas anteriores, as crianças pequenas tĂȘm uma carga elevada de egocentrismo. Isso nĂŁo Ă© voluntĂĄrio ou ruim per se, pois Ă© normal que um ser humano que nĂŁo Ă© capaz de distinguir entre o objetivo e o subjetivo acredite que sua realidade percebida Ă© a Ășnica que existe. Embora essas tendĂȘncias precisem ser corrigidas ao longo do tempo, elas sĂŁo normais.

O narcisismo também aparece em picos durante a juventude, mas na literatura citada não estå tão claramente associado à infùncia. Este traço de personalidade é muito mais complexo (requer avaliação física, autopercepção, aprovação externa e muitas outras coisas), por isso, naturalmente, não caracteriza os pequenos.

Em qualquer caso, deve-se notar que ambos os componentes (no campo não patológico) diminuem claramente à medida que o indivíduo envelhece. Segundo estudos, o maior impulso responsåvel pela redução da carga narcísica é a busca pelo primeiro emprego. Pessoas com narcisismo acentuado tendem a querer estar sempre certos, o que não condiz com a dinùmica do trabalho.

A busca por amizades, intençÔes amorosas e tantas outras interaçÔes também nos fazem entender que o egocentrismo e o narcisismo excessivo não nos levarão a lugar nenhum. Portanto, ambos tendem a diminuir com o passar dos anos (mas não desaparecem completamente).

3. O narcisismo Ă© mais utilitĂĄrio

Como dissemos em linhas anteriores, o egocentrismo é caracterizado por uma falha em compreender a realidade dos outros. No entanto, isso nem sempre significa que a pessoa sente que o resto é menos vålido ou que pode manipulå-lo. A pessoa simplesmente não tem interesse nos outros e estå completamente absorta em sua própria situação.

Por outro lado, pessoas altamente narcisistas buscam seu bem-estar e, em muitos casos, usam outros para alcançå-lo. Visto que muito do seu sucesso pessoal depende da percepção externa, eles farão o possível para obter validação externa. Isso pode incluir manipulação, falso carisma, persuasão, violação das normas sociais e muito mais.

As crianças sĂŁo egocĂȘntricas por natureza, mas nĂŁo tĂȘm uma agenda oculta ou o mal que justifique suas açÔes. O narcisismo exacerbado tem conotaçÔes mais negativas.

4. O narcisismo tem um aspecto positivo

Outra diferença fundamental entre egocentrismo e narcisismo Ă© que o Ășltimo parece ter uma certa conotação positiva nas doses certas. O egocentrismo nĂŁo Ă© concebido como algo tĂŁo “bom”, uma vez que geralmente nĂŁo Ă© Ăștil focar em si mesmo sem querer compreender os outros em quase qualquer cenĂĄrio especĂ­fico.

Para alguns profissionais, narcisismo saudåvel é sinÎnimo de alta autoestima e autoconfiança. Estas podem ser as principais indicaçÔes desse traço de personalidade:

  1. Alta autoestima.
  2. Empatia pelos outros e reconhecimento de suas necessidades (amar a si mesmo nĂŁo significa nĂŁo amar os outros).
  3. Conceito realista e autĂȘntico de si mesmo.
  4. Respeito prĂłprio e amor.
  5. Coragem para entender as críticas dos outros, mantendo uma percepção positiva de si mesmo.
  6. Confiança suficiente para definir seus próprios objetivos e persegui-los.
  7. ResiliĂȘncia emocional.
  8. Orgulho saudĂĄvel de si mesmo.
  9. Capacidade de admirar e ser admirado.

Todas essas caracterĂ­sticas constituem o que pode ser considerado narcisismo saudĂĄvel. De qualquer forma, destacamos que nem todos os profissionais concordam com este conceito e com a nomenclatura utilizada.

 5. O narcisismo pode se tornar crĂŽnico

Se o narcisismo afeta significativamente a qualidade de vida e a pessoa afetada decide procurar ajuda psicolĂłgica, isso pode trazer benefĂ­cios significativos.

Como Ășltima das diferenças entre egocentrismo e narcisismo, Ă© necessĂĄrio mencionar que este Ășltimo pode se tornar crĂŽnico em uma patologia conhecida como transtorno de personalidade narcisista. Às vezes, acredita-se que o egocentrismo Ă© o principal desencadeador dessa doença, mas, como dissemos nas falas anteriores, Ă© muito mais natural (principalmente nos primeiros estĂĄgios da vida).

O portal médico StatPearls observa que o transtorno de personalidade narcisista é caracterizado por uma percepção persistente de grandiosidade, uma necessidade de admiração e pouca empatia. Os sintomas começam no início da idade adulta e são os seguintes (pelo menos 5 ao mesmo tempo):

  1. O paciente tem uma percepção grandiosa de si mesmo (exagero de realizaçÔes e esperança de ser avaliado acima dos demais sem motivo).
  2. Ele se preocupa com fantasias de sucesso, poder, brilho, beleza e amor perfeito.
  3. É considerado mais especial do que o resto e que, portanto, sĂł pode ser compreendido por outras pessoas (ou instituiçÔes) especiais.
  4. Requer admiração excessiva.
  5. Ele sente que requer um tratamento elevado acima do resto dos seres humanos.
  6. Ele tira vantagem dos outros e os usa para alcançar suas próprias realizaçÔes.
  7. Ele nĂŁo tem empatia e se recusa a reconhecer os requisitos e necessidades dos outros.

Como vocĂȘ pode ver, os traços patolĂłgicos de uma pessoa narcisista tĂȘm muito a ver com as diferenças que mencionamos acima com relação a pessoas egocĂȘntricas. AlguĂ©m caracterizado pelo seu egocentrismo nĂŁo tem que ser uma pessoa que se aproveita do resto e que pensa que estĂĄ melhor em todos os casos, mas sim a maioria das pessoas com narcisismo crĂŽnico.

A prevalĂȘncia desse transtorno varia de 0,5% a 5%. Outras fontes estimam nĂșmeros bem maiores, de 1 a 15%.

Dois traços de personalidade relacionados, mas não iguais

Como vocĂȘ deve ter visto nestas linhas, as diferenças entre egocentrismo e narcisismo sĂŁo mĂșltiplas. Em qualquer caso, um egocentrismo mais ou menos alto Ă© considerado uma parte normal do desenvolvimento humano, enquanto o narcisismo costuma ser mantido em nĂ­veis muito baixos ou, caso contrĂĄrio, pode se transformar em uma patologia.

Embora as distinçÔes sejam mĂșltiplas, Ă© necessĂĄrio reconhecer que todos somos um pouco egocĂȘntricos e narcisistas. Isso nĂŁo Ă© ruim, contanto que nĂŁo percamos de vista que nossa realidade nĂŁo Ă© a Ășnica viĂĄvel e que, claro, todos ao nosso redor merecem ser tratados com o mesmo respeito e integridade que nĂłs.

 

MUY SALUD

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

LIDERANÇA SITUACIONAL


 

O que é liderança situacional?

A liderança situacional é um modelo de liderança que gira em torno da capacidade do líder de se adaptar a qualquer contexto e situação econÎmica enfrentada pelo segmento de atuação da sua empresa.

Esses lĂ­deres sĂŁo pessoas capazes de manter um time de alto desempenho mesmo diante de crises. Para isso, Ă© fundamental que o profissional saiba gerir o capital intelectual da empresa com maestria, utilizando as competĂȘncias tĂ©cnicas e comportamentais do seu time para alcançar os resultados esperados.

As empresas devem desapegar da gestĂŁo engessada e que aplica fĂłrmulas prontas, jĂĄ que resiliĂȘncia Ă© a palavra que melhor define as equipes administradas por esse modelo de liderança. 

Sendo assim, Ă© correto afirmar que os times podem reunir colaboradores com variados nĂ­veis de competĂȘncias e habilidades e atĂ© mesmo engajamento e entusiasmo, desde que essas caracterĂ­sticas sejam complementares. 

Quais são as principais características da liderança situacional?

VocĂȘ jĂĄ deve ter notado que a principal caracterĂ­stica da liderança situacional Ă© a resiliĂȘncia. O dicionĂĄrio explica o significado da palavra como uma habilidade para lĂ­der com situaçÔes adversas.

É exatamente isso que o líder situacional faz: encontra uma maneira da sua equipe se adaptar e entregar bons resultados em qualquer contexto.

Dito isso, as principais características dos gestores que operam nesse modelo de liderança, além da capacitada de adaptação, são:

  • apoio — o lĂ­der situacional Ă© capaz de apoiar as equipes sem interferir no trabalho de cada liderado, delegando tarefas de modo humanizado, sem precisar pressionar os colaboradores ou fazer com que duvidem da sua capacidade.
  • comunicação — o lĂ­der situacional se comunica com maestria, mantendo diĂĄlogo aberto e estimulando a confiança das equipes para que trabalhem com autonomia;
  • direcionamento — estĂĄ apto para acompanhar e direcionar seus liderados em todas as etapas de execução de uma tarefa, propondo direcionamentos precisos;
  • orientação — nesse modelo de liderança, os gestores orientam pelo exemplo e pela empatia, transmitindo seus ensinamentos com sabedoria, acolhendo os colaboradores sempre que necessĂĄrio e atuando em parceria sem prejudicar o planejamento, garantindo que os resultados esperados sejam alcançados e atĂ© mesmo superados.

Para além dessas características do profissional como líder, ele precisa ter o mesmo jogo de cintura com o mercado.

Empresas que aplicam a liderança situacional devem prezar por gestores atualizados e interessados em acompanhar as tendĂȘncias do mercado.

Devem, ainda, oferecer programas de treinamento e desenvolvimento periĂłdicos, para que o senso de urgĂȘncia esteja sempre apurado, bem como a criatividade para resolver problemas e contornar situaçÔes adversas.


Quais são os principais estilos da liderança situacional?

Jå falamos por aqui que a liderança situacional não segue um modelo de gestão engessado. Não porque um modelo de gestão é melhor do que outro, mas sim porque açÔes, técnicas e metodologias devem ser aplicadas respeitando o contexto.

Mesmo assim, existem 4 tipos de liderança, que estão diretamente relacionadas as características do líder situacional. Entenda:

  • E1 (Direção) — aplica em situaçÔes onde a autonomia dos profissionais deve ser restrita e as atividades exigem supervisĂŁo;
  • E2 (Orientação) — os profissionais sĂŁo pessoas aptas a contribuir com as melhores ideias para um negĂłcio, pois conhecem a empresa e o pĂșblico como ninguĂ©m. Entretanto, em campanhas robustas, com envolvimento da alta gestĂŁo, as equipes devem ser estimuladas e orientadas a fornecerem sugestĂ”es valiosas e bem fundamentadas para que os gestores aprovem sua execução;
  • E3 (Apoio) — a supervisĂŁo sai de cena para que o lĂ­der assuma o papel de colaborador e incentivador, facilitando o trabalho dos profissionais;
  • E4 (Autonomia) — o lĂ­der se limita a delegar responsabilidades para manter o trabalho organizado, mas os processos de tomada de decisĂ”es bem como a realização de tarefas sĂŁo de responsabilidade integral das equipes.

Cabe ao lĂ­der, com toda a sua experiĂȘncia, saber qual o tipo de liderança mais adequado para cada projeto do seu setor. 

Quais são os níveis da liderança situacional?

Não é só o cenårio que define o tipo de liderança que deve ser aplicado. A maturidade das equipes também deve ser considerada.

O nível de maturidade estå diretamente relacionado ao nível de capacitação profissional. Tanto na hora de formar uma equipe quanto para gerir um projeto ou uma crise, os líderes devem considerar em qual patamar os seus liderados se enquadram.

Por meio de avaliação de desempenho, seguido de programas de treinamento e desenvolvimento, é possível detectar e evoluir esses níveis. Conheça:

  • P1 (baixa vontade e baixa capacidade) — quando as equipes ainda nĂŁo tem conhecimento tĂ©cnico e competĂȘncias comportamentais o suficiente para agir de forma autĂŽnoma;
  • P2 (alta vontade e baixa capacidade) — quando jĂĄ sĂŁo mais experientes, mas ainda precisam de apoio constante para realizar tarefas;
  • P3 (baixa vontade e alta capacidade) — jĂĄ tem habilidades tĂ©cnicas e comportamentais, mas estĂŁo desmotivados ou nĂŁo tem confiança para serem autĂŽnomos;
  • P4 — quando a equipe estĂĄ apta para ser submetida a qualquer modelo de liderança.

Perceba que, dependendo do patamar, as necessidades mudam. Por exemplo, mesmo que o estilo de liderança E4 se aplique a determinada situação, o líder deve optar pelo E1 jå que os colaboradores ainda estão sendo treinados (P1).

Quais são as vantagens da liderança situacional?

A liderança situacional é, acima de tudo, uma metodologia de gestão estratégica de pessoas e negócios.

Como tudo que é estratégico, traz diversos benefícios para a organização. Confira alguns!

Redução de conflitos internos

Como o líder situacional precisa desenvolver habilidades de comunicação e empatia, ele passa a se relacionar melhor com a sua equipe.

Outro ponto que merece destaque é sobre conhecer esses profissionais. As avaliaçÔes de desempenham revelam o patamar de maturidade no qual esses colaboradores se encontram, logo, suas características são conhecidas.

NĂŁo Ă© Ăłtimo perceber que a sua empresa nĂŁo precisa ficar amarrada a um Ășnico modelo de gestĂŁo?

O lĂ­der sabe o que esperar dessas pessoas e como falar com elas. Como resultado, reduz as chances de conflitos.

Comunicação mais eficiente

É valido reforçar que a liderança situacional aumenta a eficĂĄcia da comunicação. AlĂ©m de reduzir conflitos, tambĂ©m proporciona um aumento do fit cultural entre empresa e profissionais.

Nada melhor para o ambiente de trabalho do que ter um time conectado com visĂŁo, missĂŁo e valores do negĂłcio, nĂŁo Ă© mesmo?

FunçÔes bem estabelecidas

Um time com funçÔes bem estabelecidas é outro segredo para a manutenção de um clima organizacional positivo.

O trabalho nĂŁo Ă© atropelado, os colaboradores nĂŁo se sentem invadidos ou desprestigiados e a tendĂȘncia Ă© que o desempenho dessas equipes aumentem. Afinal, cada profissional sabe exatamente o seu papel em cada projeto.

Isso tambĂ©m causa impacta direto em novos processos de recrutamento e seleção. Sabendo exatamente do que a equipe precisa, a tendĂȘncia Ă© que a contratação seja certeira.

Processo de tomada de decisĂŁo seguros

Todas as vantagens citadas até agora, bem como características desse modelo de liderança e outras informaçÔes contidas neste post, conduzem a empresa para processos de tomada de decisão mais seguros.

Observar os colaboradores, estudar cenĂĄrios, manter-se atualizado, se comunicar com eficiĂȘncia contribuem para formar uma base de dados sĂłlida sobre as equipes, o mercado de trabalho e suas tendĂȘncias.

A função do lĂ­der situacional, aliada a ferramentas de gestĂŁo — como softwares de recrutamento e seleção — garante que a empresa faça as escolhas certas para continuar crescendo. 

Citamos nos tĂłpicos anteriores que o papel do lĂ­der Ă© essencial para identificar o perfil ideal de novos colaboradores.

Os softwares de RH, por sua vez, otimizam e agilizam a jornada de contratação, revelam a melhor decisão para o contexto da empresa e contribuem para que os resultados sejam alcançados com mais rapidez.

A liderança situacional nĂŁo Ă© um conceito novo, mas se torna tendĂȘncia em um cenĂĄrio como o que enfrentamos agora.

NĂŁo foi sĂł a pandemia que exigiu resiliĂȘncia e capacidade de adaptação de empresas e colaboradores. As novas geraçÔes que entram no mercado tem sede de desenvolvimento, de dinamismo, de autonomia e de parceria.

Quanto mais os negĂłcios e lĂ­deres demorarem para se adaptar, mais difĂ­cil vai ser para atrair e reter talentos. Perder espaço para a concorrĂȘncia serĂĄ inevitĂĄvel.

Portanto, invista na sua empresa, em novos métodos como a liderança situacional, no treinamento e desenvolvimento de colaboradores, lideres e gestores.

 

GUPY

LIDERANÇA E O CAPITALISMO CONSCIENTE


 

O capitalismo consciente Ă© um tema que ganha cada vez mais espaço na sociedade e estĂĄ presente nos debates corporativos com frequĂȘncia. O capitalismo consciente vai questionar e reformular a grande mĂĄxima do capitalismo: o lucro.

A ideia central do capitalismo consciente não é se contrapor ao capitalismo, mas sim reformular e transformar a forma como ele opera na sociedade, integrando o bem-estar das pessoas, do mundo e a sociedade como um todo, pensando nos impactos positivos que uma organização pode causar.

A liderança consciente faz parte dos 4 pilares centrais do capitalismo consciente, que além da liderança, inclui uma cultura consciente, um propósito maior e a integração de stakeholders.

Ou seja, para que o capitalismo consciente seja possĂ­vel Ă© necessĂĄrio que exista lideranças conscientes, principalmente em um momento onde hĂĄ uma quebra nos padrĂ”es da economia e uma crescente tendĂȘncia ESG no mercado. Todas essas temĂĄticas estĂŁo interligadas e compĂ”em o mercado do futuro. 

As empresas são compostas por pessoas, logo, a engrenagem principal das organizaçÔes são humanos. Empresas conscientes são reflexos de pessoas e lideranças conscientes, pois um elemento sustenta o outro e se complementa.

 

 ELIANE DÁVILA

O QUE É LIDERANÇA???


 

A liderança pode ser definida como um conjunto de habilidades que incluem motivar, inspirar, conduzir e influenciar pessoas, com intuito de alcançar os objetivos da empresa e tambĂ©m da equipe. 

Porém, o que vemos na maioria das vezes são gestÔes autocråticas, onde as decisÔes são tomadas à luz de propósitos individuais e que não valorizam as expectativas da equipe como um todo.

Pensar no conceito de liderança como algo integrativo, que valoriza as habilidades de cada colaborador na equipe e que respeita a subjetividade de cada um Ă© imprescindĂ­vel para um mundo com lideranças mais humanizadas. 

Liderar deve ser visto como algo que ultrapassa a gestĂŁo, mas envolve uma conjuntura de fatores comportamentais e um propĂłsito maior.

Uma liderança humanizada envolve motivação e inspiração para os funcionĂĄrios, alĂ©m de ocupar um papel de facilitadora no processo corporativo. 

Conhecer verdadeiramente a equipe, estimular as habilidades de cada um e integrar os propósitos da equipe e da organização como metas são algumas das características que se espera de uma liderança humanizada e consciente.

Liderar Ă© algo que atravessa vĂĄrias geraçÔes e carrega junto a sua histĂłria vĂĄrios modelos diferentes, como algo que vai se transformando ao longo dos tempos.  VocĂȘ jĂĄ deve ter se deparado com histĂłrias de chefes rĂ­gidos, que governavam por meio da imposição do medo e que na maioria das vezes representava uma figura aversiva para os funcionĂĄrios. Pois saiba que essa representação de liderança Ă© algo que ficou no passado e apesar de ainda ser muito recorrente, nĂŁo tem mais espaço para o mercado do futuro. 

A liderança humanizada é uma nova perspectiva que acompanha as novas geraçÔes, que jå estão inseridas no mercado de trabalho e buscam por um mundo mais consciente em todos os sentidos.

 


                                                                ELIANE DÁVILA


LIDERAR É UMA ARTE PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO


Liderar Ă© uma arte e exige muito mais do que conhecimentos tĂ©cnicos. É preciso cada vez mais humanizar as empresas e estar em sinergia com um propĂłsito em comum.

Em tempos de capitalismo consciente, saber liderar é uma arte e vai muito além do que seguir conceitos clåssicos de gestão de empresas. A liderança atual exerce um papel mais centrado na humanização, deixando um pouco de lado os processos de negócios e direcionando os esforços para o ser humano. Sendo assim, neste artigo eu trago algumas reflexÔes e apontamentos sobre o assunto e a importùncia dos líderes no desenvolvimentos de equipes mais sinérgicas e com propósitos maiores do que meramente o lucro.



Muito mais do que um papel de destaque e um lugar de prestígio dentro das empresas, o líder exerce um papel de mediador, influenciador e principalmente um papel humano, que demanda alteridade e características que vão além da boa gestão.

Um dos grandes erros das geraçÔes passadas Ă© a idealização dos lĂ­deres como pessoas rĂ­gidas, que sĂŁo isentas ao erro e inflexĂ­veis. 

A liderança humanizada e consciente vem para ultrapassar todos esses antigos moldes e estabelecer uma nova perspectiva dentro das empresas de sucesso: o impacto de uma liderança integrada à equipe, com propósito e inspiração para os colaboradores.

O sucesso econÎmico é importante, porém deve ser pensado como um fator complementar e não como o grande objetivo da empresa, pois só assim é possível estabelecer uma liderança consciente e desenvolver o humano cada vez mais.

Com a pandemia da Covid-19, muitos anseios e muitos ideais mudaram na sociedade contemporĂąnea, pois as pessoas reformularam suas prioridades e a demanda corporativa tambĂ©m se transformou. 

Pensar em uma liderança que aborda uma esperança de futuro, que contemple as necessidades da equipe e que as valorize é quase um pré-requisito para empresas que buscam seu lugar no mercado promissor atual.

Pensando nisso, neste post iremos falar sobre o conceito de liderança, quais suas implicaçÔes no capitalismo consciente e quais são os seus impactos positivos para o desenvolvimento e sucesso humano.

 

 ELIANE DÁVILA

 

domingo, 5 de novembro de 2023

PROCESSO DE MUDANÇA

 

Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerĂĄ no futuro Ă© repetir o que fizemos ontem e hoje. 

Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia Ă© igual a outro. 

Cada manhĂŁ traz uma bĂȘnção escondida; uma bĂȘnção que sĂł serve para esse dia e que 

nĂŁo se pode guardar nem desaproveitar. 

 Se nĂŁo usamos este milagre hoje, ele vai se perder. 

Este milagre estĂĄ nos detalhes do cotidiano; Ă© preciso viver cada minuto porque ali encontramos 

a saĂ­da de nossas confusĂ”es, a alegria de nossos bons momentos, 

a pista correta para a decisĂŁo que  tomaremos. 

Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias sĂŁo diferentes, 

porque estamos em constante processo de mudança.