QUEM
FORAM OS 12 APÓSTOLOS DE JESUS
Apóstolo significa “enviado”. Os apóstolos foram 12
discípulos que acompanharam Jesus e tinham intimidade com Ele, recebendo um
treinamento especial para anunciar o Evangelho e fundar a Sua Igreja.
OS 12 APÓSTOLOS FORAM:
Simão (Pedro), André, Tiago (filho de Zebedeu),
João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu (Judas),
Simão (o Zelote) e Judas Iscariotes.
Existem quatro listas dos apóstolos no Novo
Testamento: Mateus 10:2-4, Marcos 3:13-19, Lucas 6:13-16 e Atos dos Apóstolos
1:13.
Eles acompanharam Jesus durante Seu ministério e
foram chamados para proclamar o Evangelho ao mundo. Depois de Pentecostes, eles
se tornaram os líderes da Igreja Primitiva, ensinando o que tinham aprendido
com Jesus e criando uma base sólida para o crescimento da Igreja.
Eles viajaram para outras terras e fundaram igrejas
em muitos lugares, através dos seus testemunhos sobre Jesus e seus milagres. A
maior parte das informações dos Evangelhos, provavelmente, foi fornecida pelos
apóstolos.
SIMÃO (PEDRO)
Simão era um dos discípulos mais próximos de Jesus
e um dos apóstolos mais atuantes na expansão do Evangelho. A Bíblia revela
muitos detalhes deste pescador de peixes que se tornou pescador de homens
(Lucas 5:8). Simão nasceu em Betsaida (João 1:44), filho de Jonas, ou João
(João 21:15), era pescador e sócio de Tiago e João, filhos de Zebedeu (Lucas
5:10). Trabalhava às margens do Mar da Galileia, ao lado do seu irmão André,
que o apresentou ao Messias (João 1:40-41).
Jesus convidou Simão para segui-lo e o apelidou de
"Cefas" - nome aramaico - que corresponde a Pedro, que no grego
significa "pedra", "rocha" ou "cascalho" (João
1:42). Pedro - como foi apelidado - era um homem impulsivo, bruto, inconstante
e teve que ser "esculpido" por Jesus.
Em sua primeira experiência com o Mestre, após uma
pesca mal-sucedida, o Senhor orientou Pedro a lançar as redes novamente. Pedro
retrucou, mas obedeceu à palavra de Jesus (Lucas 5:3-5). Ao puxar a rede,
pescou tamanha quantidade de peixes que quase afundaram (Lucas 5:6-7). Depois
deste milagre, Pedro largou tudo e passou a seguir Jesus (Lucas 5:11).
Pedro tinha um dom para liderança e se tornou uma
espécie de “porta-voz” dos discípulos. Por esse talento, foi muitas vezes
colocado à prova por Jesus (Mateus 17:24-27). Pedro sempre tomava a iniciativa
e não hesitava em fazer perguntas (Mateus 15:15; Mateus 18:21-22).
Pedro teve a sua sogra curada por Jesus (Mateus
8:14-15), pagou o imposto com o dinheiro encontrado na boca do peixe (Mateus
17:24-27), viu Jesus transfigurado (Mateus 17:1-2), disse que só Jesus tinha a
Palavra de Vida Eterna (João 6:68) e confessou que Jesus era o Cristo (Mateus
16:16).
Com seu temperamento inconstante, teve momentos
altos e baixos. Assim como andou nas águas atendendo ao chamado de Jesus,
afundou ao reparar nas ondas (Mateus 14:28-31). Disse que não abandonaria Jesus
(Marcos 14:29), mas acovardou- se e negou Jesus 3 vezes (João 21:15-17). Chorou
amargamente, reconheceu o seu erro (Mateus 26:75) e teve a oportunidade de
confessar 3 vezes que amava Jesus (João 21:15-17). Numa ocasião, agiu como uma
pedra de tropeço (Mateus 16:23), mas depois se tornou uma pedra fundamental na
edificação da igreja (Mateus 16:18-20).
Através do seu primeiro sermão, depois da sua
genuína conversão e de receber o Espírito Santo (Atos 1:8; 2:1-4), mais de 3
mil pessoas se converteram (Atos dos Apóstolos 2:40-41). Depois, após a cura de
um homem coxo de nascença, Pedro pregou a Palavra e quase 5 mil homens se
converteram a Cristo (Atos dos Apóstolos 4:4). Estão atribuídas a Pedro duas
cartas do Novo Testamento, 1 e 2 Pedro.
A autoridade com que pregava era a prova de sua
transformação. De um homem inconstante passou a ser um forte pilar na pregação
da Palavra. Pessoas de todas as redondezas procuravam o apóstolo até para que a
sua sombra, ao passar sobre enfermos, os curasse (Atos dos Apóstolos 5:15-16).
Cristo profetizou a respeito da sua morte, dizendo
que o apóstolo glorificaria a Deus e seguiria os seus passos até o fim (João
21:18-19). A Bíblia não revela detalhes sobre o martírio de Pedro, mas segundo
a tradição, o apóstolo foi crucificado de cabeça para baixo por se recusar ser
martirizado da mesma forma que Jesus.
ANDRÉ
O apóstolo André era irmão de Simão Pedro (João
1:40), ambos pescadores. André era discípulo de João Batista antes de se tornar
discípulo de Jesus (João 1:35-40; Mateus 4:18).
O apóstolo era galileu da cidade de Betsaida (João 1:44). Apesar de judeu, o
nome André é de origem grega e não tem nenhum outro nome derivado do hebraico
ou do aramaico. Quando encontrou Jesus, André tratou de apresentar o seu irmão
Pedro ao Messias (João 1:41-42).
André é mencionado em diversos momentos importantes
nos Evangelhos e era um dos discípulos mais próximos de Jesus, com o seu irmão
Pedro e os discípulos João e Tiago.
O apóstolo esteve presente no Monte das Oliveiras,
quando Jesus revelou sobre o final dos tempos (Marcos 13:3-4). No milagre da
primeira multiplicação dos pães e dos peixes, foi André que disse a Jesus que
havia um rapaz com 7 pães e 2 peixinhos (João 6:8-10).
André esteve presente na ascensão de Jesus (Atos
dos Apóstolos 1:13-14) e desempenhou um papel ativo na expansão da Igreja
Primitiva (Atos 6:2-4; 8:1).
Segundo a tradição cristã, André foi crucificado em
Acácia numa cruz em formato de “X” chamada de “Crux decussata”, popularmente
conhecida como “Cruz de Santo André”.
Ainda segundo a tradição, os ossos do apóstolo
estão guardados na cidade de Pátra, na Grécia. Também há outra versão que diz
que seus restos mortais se encontram na Escócia, na cidade de Saint Andrews,
país que tem a “Cruz de Santo André” como símbolo na bandeira.
TIAGO, FILHO DE ZEBEDEU
Tiago também é tratado na tradição cristã como
“Tiago, o Maior” (o mais velho) devido ao outro apóstolo, Tiago, filho de
Alfeu, que é conhecido como “Tiago, o Menor”, por ser mais jovem (Marcos
15:40).
O apóstolo Tiago era filho de Zebedeu e Salomé. Era
irmão do apóstolo João, ambos apelidados por Jesus de “Filhos do Trovão” ou
"Boanerges" (Marcos 3:17; Lucas 9:54). Tiago trabalhava no barco do
pai em sociedade com Pedro e André, e foi nas margens do mar da Galileia que se
tornaram discípulos de Jesus.
Ao lado do seu irmão João e de Pedro, Tiago fazia
parte dos discípulos mais chegados a Jesus. Este trio esteve presente na
ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5:37), na transfiguração (Mateus 17:1-2)
e no Getsêmani (Mateus 26:36-37).
Tiago foi o primeiro apóstolo a ser martirizado e o
único a ter um registro bíblico sobre tal acontecimento. O apóstolo foi morto à
espada, a mando de Herodes Agripa I, por volta do ano 44 d.C (Atos dos
Apóstolos 12:1-2).
Vale salientar que o Livro de Tiago não é de sua
autoria. A maioria dos estudiosos atribui a autoria do Livro de Tiago, a
“Tiago, o Justo”, o meio-irmão de Jesus.
JOÃO
O apóstolo João é popularmente conhecido como “o
apóstolo do amor” ou “o discípulo a quem Jesus amava”, título proclamado pelo
próprio (João 13:23 e João 21:20). Com Pedro e Tiago, João fazia parte do
círculo íntimo de Jesus, presenciando milagres e revelações.
João era o mais jovem de todos os 12 apóstolos; era
filho de Zebedeu e irmão de Tiago. Ambos foram chamados por Jesus para o
discipulado e apelidados de "Boanerges", que significa "Filhos
do Trovão" devido ao ímpeto arrojado dos irmãos (Marcos 3:17; Lucas 9:54).
O apóstolo escreveu o Evangelho segundo João,
também conhecido como o Quarto Evangelho. Apesar de não se identificar, este
Evangelho contém detalhes que somente alguém íntimo, do círculo pessoal de
Jesus, poderia relatar. Além do Evangelho, o apóstolo escreveu 3 cartas que
fazem parte do Novo Testamento (1, 2 e 3 João) e a revelação do Apocalipse. A
alcunha de “João Evangelista” se dá por este fato.
João acompanhou Cristo até a sua crucificação.
Estando na cruz, Cristo ao vê-lo, deu-lhe a responsabilidade de cuidar de Maria
sua mãe (João 19:26-27). Depois de receber o Espírito Santo em Pentecostes
(Atos 1:8; 2.1-4), o apóstolo pregou com autoridade e ao lado de Pedro
alcançaram milhares de pessoas com a mensagem do Evangelho.
Por ordens do imperador Domiciano, João foi levado
cativo para a Ilha de Patmos onde recebeu a revelação do Apocalipse (Apocalipse
1:1-2). Após a morte do imperador, o apóstolo retornou a Éfeso. Segundo a
tradição, João morreu em 103 d.C. com 94 anos de causas naturais, o que era
incomum na época.
FILIPE
Filipe era galileu, natural de Betsaida (João
1:44). Seu nome é de origem grega - "philippos" - que significa
“amante de cavalos”.
Depois de André e Pedro, Filipe foi a terceira
pessoa a ser chamada por Jesus ao discipulado (João 1:43). Ao ter aceitado o
chamado, Filipe falou a respeito de Jesus a Natanael, que também se tornou
discípulo de Jesus (João 1:45-49).
É importante ressaltar que o apóstolo Filipe não é
a mesma pessoa conhecida como "Filipe, o Evangelista" citado em Atos
dos Apóstolos 6:5. São pessoas distintas, o que fica claro em Atos dos
Apóstolos 8:1 quando os apóstolos - entre eles Filipe - resistiram à
perseguição e permaneceram em Jerusalém. Já os outros irmãos se dispersaram
pelas regiões da Judeia e de Samaria, entre eles Filipe, o Evangelista (Atos
dos Apóstolos 8:4-5).
O apóstolo participou de muito milagres; foi a ele
que Jesus testou ao perguntar-lhe como alimentaria a multidão, no episódio da
primeira multiplicação dos pães e peixes (João 6:5-7). Foi Filipe que fez a
ousada petição: “mostra-nos o Pai, e isso nos basta" (João 14:8).
Segundo a tradição, Filipe exerceu o seu ministério
na Palestina, Grécia e na Ásia Menor, onde, na Frígia (atual Turquia) foi
crucificado e apedrejado no ano 80 d.C.
BARTOLOMEU (NATANAEL)
Há poucas referências na Bíblia sobre o apóstolo
Bartolomeu. Seu nome é mencionado apenas na lista dos discípulos (Mateus 10:3;
Marcos 3:18; Lucas 6:14-16; Atos dos Apóstolos 1:13).
Bartolomeu vem do aramaico e significa “filho de Tolmai”. O seu nome também tem
uma interpretação grega que significa “filho de Ptolomeu”. Nesta linha, muitos
estudiosos acreditam que o nome Bartolomeu seja apenas uma referência
patriarcal, assim como “Tiago, filho de Zebedeu” e “Tiago, filho de Alfeu”.
A partir do século IX, Bartolomeu passou a ser reconhecido pela maioria dos
intérpretes como, possivelmente, o Natanael citado no Evangelho de João. Nesta
linha, Natanael seria o seu nome e Bartolomeu apenas a referência patriarcal.
Um vestígio que contribui para essa interpretação, está na divisão dos
discípulos citados nos Evangelhos. O apóstolo Filipe fazia par com Bartolomeu
nos evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas), e no Evangelho de João,
Filipe é citado ao lado de Natanael.
Se considerarmos que Bartolomeu e Natanael sejam a
mesma pessoa, obtemos, com isso, mais detalhes sobre a vida desse apóstolo.
João relata no seu Evangelho a forma como o discípulo teve o seu primeiro
contato com Jesus. Filipe encontrou Natanael e disse que esteve com o Messias
prometido, Jesus de Nazaré (João 1:45). A reação de Natanael foi curiosa:
"Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?" (João 1:46).
Ao ser desafiado por Filipe a encontrá-lo, Natanael
foi surpreendido pela forma que Jesus o recebeu, dizendo: “Vejam, aí está um
israelita em quem não há falsidade” (João 1:47). Embaraçado, Natanael perguntou
a Jesus de onde o conhecia, e Cristo disse que antes que Filipe o chamasse, Ele
o viu debaixo da figueira (João 1:48). Surpreso, Natanael professa:
"Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!" (João
1:47-49).
O apóstolo esteve na pesca milagrosa em que Cristo,
ressurreto, se revelou aos discípulos (João 21:1-2) e foi citado em Atos depois
da ascensão de Jesus aos céus (Atos dos Apóstolos 1:13).
Segundo alguns registros - que não estão na Bíblia
- o apóstolo Bartolomeu pregou da Ásia Menor até a Índia e teria sido esfolado
e crucificado de ponta a cabeça em Albanópolis, na Armênia. Há outra versão que
alega que o apóstolo foi açoitado até a morte.
TOMÉ
O apóstolo Tomé também é conhecido na Bíblia como
"Dídimo", que significa “gêmeo” em grego (João 11:16; João 20:24;
João 21:2). Esta designação aponta que Tomé provavelmente teria um irmão gêmeo.
Alguns intérpretes acreditam que esse irmão fosse o apóstolo Mateus, mas não há
comprovação disso. A Bíblia nem identifica se esse possível irmão foi um
discípulo de Jesus.
Há poucos detalhes sobre a trajetória do apóstolo.
Ele é citado poucas vezes na Bíblia, apenas nos Evangelhos e numa pequena
citação em Atos dos Apóstolos. Apesar de poucos detalhes, podemos perceber a
personalidade de Tomé: um homem sincero, mas pessimista e incrédulo.
No episódio em que Jesus decide retornar à Judeia,
sob ameaça de ser apedrejado, para ressuscitar Lázaro, Tomé faz um comentário a
respeito da decisão: "Vamos também para morrermos com ele" (João
11:16).
Num segundo momento, Jesus confortava os seus discípulos a respeito da sua
missão e Tomé perguntou: "Senhor, não sabemos para onde vais; como então
podemos saber o caminho?". Jesus respondeu "Eu sou o caminho, a
verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:5-6).
Quando Jesus ressuscitou e se apresentou aos
discípulos, Tomé não estava presente (João 20:24). Ao ser informado do
extraordinário acontecimento, Tomé reagiu de forma descontente e disse que só
acreditaria se visse os sinais dos cravos nas mãos de Jesus e o lado do Seu
corpo que fora perfurado pela lança do soldado (João 20:25). Tomé ansiava por
ver Jesus, mas a ansiedade se transformou em incredulidade.
Uma semana depois, Jesus apareceu novamente aos
discípulos e Tomé estava presente. Ele mostrou as suas marcas e Tomé acreditou
que o Mestre tinha ressuscitado (João 20:27-29). Jesus o repreendeu pelo fato
de ter crido somente ao vê-lo dizendo: “Pare de duvidar e creia" (João
20:27).
Segundo a tradição, Tomé teria pregado o Evangelho
na Síria e na Índia, onde foi martirizado em 72 d.C. Apesar de ser popularmente
conhecido como “o discípulo incrédulo”, Tomé nos deixa o exemplo para crermos
na Palavra de Deus em espírito e em verdade.
MATEUS
Mateus era judeu, tinha boas condições financeiras
e trabalhava como publicano - recolhendo os impostos para o império romano - o
que era mal visto pela sociedade judaica. Foi exercendo esta função, que Jesus
o chamou para segui-lo (Mateus 9:9).
Autor do Evangelho do mesmo nome, Mateus revelou
muitos detalhes a respeito do ministério e da vida de Jesus. O apóstolo também
é chamado de Levi nos Evangelhos de Marcos e Lucas (Marcos 2:13-14; Lucas
5:27-28).
Além do banquete oferecido a Jesus (Lucas 5:27-29),
não há muitos detalhes a respeito do ministério de Mateus na Bíblia. Segundo a
tradição ortodoxa e católica, o apóstolo teria sido martirizado na Etiópia.
TIAGO, FILHO DE ALFEU
Ao contrário de Tiago filho de Zebedeu, há
pouquíssimos detalhes sobre a trajetória de Tiago, filho de Alfeu. Existe
apenas 4 citações referentes ao apóstolo (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas
6:12-16; Atos dos Apóstolos 1:13).
Marcos Evangelista usou a expressão “Tiago, o
Menor” - "mikros" em Grego - para distingui-lo do outro apóstolo de
mesmo nome (Marcos 15:40). Provavelmente “Maria, mãe de Tiago” citada nos
evangelhos refere-se à mãe do apóstolo, que também seguia Jesus (Mateus 27:56;
Marcos 16:1; e Lucas 24:10).
A tradição católica considera que “Tiago, o Justo”,
o meio-irmão de Jesus e autor da epístola de Tiago, e o apóstolo “Tiago, filho
de Alfeu” como sendo a mesma pessoa, o que não pode ser provado biblicamente.
Outra teoria com pouca base é que o apóstolo Tiago
seria irmão do apóstolo Mateus - chamado Levi - (Marcos 2:14). Apesar de eles
terem o pai com o mesmo nome (Alfeu) essa teoria não tem comprovação bíblica ou
histórica.
Assim como são controversas as informações sobre a
sua vida, a sua morte também segue na mesma linha. Alguns estudiosos, como
Flávio Josefo, relatam que o apóstolo morreu apedrejado.
Na tradição ortodoxa grega o apóstolo teria sido
crucificado no Egito.
TADEU (JUDAS)
Judas, que significa Judá, era um nome comum nos
tempos de Jesus. Existem poucos detalhes sobre o apóstolo e muitas teses a
respeito do seu nome.
Nos evangelhos de Mateus e Marcos, Judas é
identificado como Tadeu - ou Lebeu - que significa “Judas de Tiago” (Marcos
6:3; Mateus 13:55). No Evangelho de Lucas (Lucas 6:16) e em Atos (Atos dos
Apóstolos 1:13), seu nome aparece como “Judas, filho de Tiago”.
A tradição católica defende a tese que “Judas de
Tiago” seria o irmão de Jesus, aquele que escreveu a Carta de Judas no Novo
Testamento (Judas 1:1). Já a tradição protestante, respeita o termo literal
“Judas, filho de Tiago” distinguindo de Judas, o irmão de Jesus.
Fica claro, na Bíblia, que também houve um grande
esforço por parte dos escritores em diferir Judas Tadeu de Judas Iscariotes.
João Evangelista utilizou a expressão “Judas, não o Iscariotes” para
identificar o apóstolo (João 14:22).
Na Última Ceia, Tadeu perguntou a Jesus quando se
daria a manifestação pública de Cristo ao mundo (João 14:22). Até aquele
momento os discípulos não entendiam que Cristo se revelaria através do Espírito
Santo.
Depois da ressurreição de Cristo, Tadeu esteve
presente com os outros apóstolos em diversos momentos, como no Pentecostes
(Atos 2:1-4) e na escolha de Matias para o ministério apostólico (Atos
1:13-26).
Segundo a tradição, o apóstolo Judas Tadeu teria
evangelizado na Judeia, Samaria, Idumeia, Síria, Mesopotâmia e Líbia Antiga.
Teria sido martirizado no ano 70 d.C., linchado a golpes de lança, machado e
porrete.
SIMÃO (O ZELOTE)
Simão, o Zelote (Marcos 3:18), também conhecido
como "Simão, o Cananeu" ou "Simão, o Nacionalista", era
natural de Caná da Galileia. Além da sua origem, pouco se sabe sobre o
apóstolo. Tanto o termo “zelote” quanto o termo “cananeu” significam zeloso,
cuidadoso.
A designação “zelote” é o que pode dar mais
informações sobre esse apóstolo. Os zelotes eram uma facção judaica radical que
pregava a revolução armada contra os romanos nos tempos de Jesus.
Os zelotes criam num Messias guerreiro e libertador
político, que conquistaria Jerusalém à força. É certo que Simão mudou a sua
visão ao ser discipulado por Jesus, servindo-o com fervor e zelo pela Palavra
de Deus.
Não há detalhes sobre a sua morte, mas segundo a
tradição católica o apóstolo foi cortado ao meio por um serrote. Nos escritos
de Hegésipo, o apóstolo teria sido martirizado aos 120 anos durante o império
de Trajano.
Há outras versões improváveis que alegam que ele
teria sido crucificado ou teria sido queimado numa fogueira, na Armênia.
JUDAS ISCARIOTES
Judas Iscariotes foi o discípulo que traiu Jesus
Cristo. Judas era filho de Simão Iscariotes (João 6:71). Seu nome está ligado
ao seu lugar de origem: “Judas, homem de Quiritote”, cidade citada no Antigo
Testamento (Jeremias 48:24; Jeremias 48:41; Amós 2:2).
Curiosamente, Judas, depois de Pedro, é o discípulo
com o maior número de citações nos evangelhos (20 vezes). Outro detalhe, é que
seu nome foi sempre mencionado por último, entre os discípulos.
Judas Iscariotes estava encarregado da
administração do dinheiro (João 13:29). Apesar de tal responsabilidade, o
discípulo costumava roubar os valores recolhidos (João 12:6).
Foi Judas Iscariotes que ofereceu um plano aos
sacerdotes para entregar Jesus (Marcos 14:10-11; Lucas 22:4-6). Em troca, Judas
recebeu uma quantia de 30 moedas de prata (Mateus 26:14-16).
Na celebração da Páscoa - a Última Ceia - Jesus
falou que seria traído por alguém que estava à mesa (Mateus 26:20-22). Judas
rapidamente se defendeu dizendo: "Com certeza não sou eu, Mestre!",
Jesus afirmou: "Sim, é você" (Mateus 26:25). A traição foi consumada
na mesma noite no Getsêmani. Judas, ao lado de líderes religiosos, beijou Jesus
entregando-O para ser preso e morto (Mateus 26:47-49; Marcos 14:43-46).
Com remorso, Judas tentou devolver o dinheiro aos
sacerdotes, o que foi rejeitado (Mateus 27:3-4). Dominado pela culpa, Judas
jogou o dinheiro dentro do templo e, saindo, enforcou-se. (Mateus 27:5).
Com as moedas descartadas, os sacerdotes compraram
um terreno e fizeram um cemitério para estrangeiros chamando de “Campo de
Sangue”, visto que foi comprado com preço de sangue (Mateus 27:6-8).
Em Atos dos Apóstolos 1:18, Lucas Evangelista diz
que Judas adquiriu o campo e morreu no mesmo lugar de forma trágica, cumprindo
o que fora dito pelo profeta Jeremias (Mateus 27:9-10).
Provavelmente os relatos se complementam. Judas
devolveu o dinheiro aos sacerdotes, que teriam comprado, em seu nome, o campo
onde ele se enforcou.
HOUVE OUTROS APÓSTOLOS?
Sim, houve mais apóstolos. Depois que Judas
Iscariotes, que traiu Jesus, cometeu suicídio, os outros apóstolos lançaram
sortes para escolher uma pessoa para tomar o seu lugar. A pessoa escolhida foi
Matias, que também tinha acompanhado Jesus durante todo o Seu ministério (Atos
dos Apóstolos 1:26).
Paulo de Tarso também foi considerado um apóstolo.
Ele não acompanhou o ministério de Jesus, mas O viu ressurreto e glorificado em
uma visão. Ele se converteu e pregou o Evangelho aos gentios. Seu trabalho foi
reconhecido como o trabalho de um apóstolo (Atos dos Apóstolos 14:14).
AINDA HÁ APÓSTOLOS?
O título de apóstolo está ligado diretamente a
pessoas que viram Jesus quando estava na terra. Atualmente, o nome apóstolo é
utilizado fora do contexto original e não há controle sobre a utilização do
termo.
Em Efésios 4:11 o termo "apóstolo"
aparece na lista dos dons ministeriais. Precisamos fazer uma distinção entre o
dom de apóstolo e os apóstolos escolhidos por Jesus em seu ministério terreno.
Apóstolos no sentido original, daquele grupo de discípulos chamados por Jesus
para pregar o Evangelho, não existem mais em nossos dias. Mas, o Senhor ainda
hoje capacita crentes com o dom de apóstolos para lançarem as bases do
Evangelho em um determinado local ou cultura. Esse dom é fundamental para um missionário
que trabalha no estabelecimento de igrejas.
Provavelmente é esse o caso de Barnabé, Andrônico e
Júnias, que são citados como apóstolos (Romanos 16:7). Não sabemos se eles
estiveram pessoalmente com Jesus, mas, com certeza, estiveram com os primeiros
apóstolos e espalharam o Evangelho com a mesma autoridade.
Ainda assim, todo o cristão é enviado por Jesus
para anunciar o Evangelho às pessoas em volta. Quem obedece a esse mandamento
segue nos passos dos apóstolos, que deram tudo para que muitas pessoas
conhecessem Jesus.
Marcelo Teixeira Mallet