terça-feira, 3 de setembro de 2024

MENTE VAZIA, OFICINA DO DIABO


 

MENTE VAZIA, OFICINA DO DIABO

"Mente vazia, oficina do diabo" é um ditado popular frequentemente atribuído à Bíblia, mas, na verdade, não está nas Escrituras. Este provérbio expressa a ideia de que a ociosidade (falta de ocupação) pode ser um terreno fértil para pensamentos e comportamentos negativos.

Embora a expressão não esteja na Bíblia, a ideia de se evitar a inatividade e a preguiça é mencionado várias vezes nas Escrituras. Nelas, também aprendemos a importância de nos ocuparmos com atividades produtivas, que agradam a Deus. Podemos encontrar esta ideia em alguns versículos bíblicos:

Portanto, tenham cuidado com a maneira como vocês vivem, e vivam não como tolos, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.
- Efésios 5:15-17

Por causa da preguiça o teto desaba, e por causa dos braços cruzados a casa tem goteiras.
- Eclesiastes 10:18

Sejam sóbrios e vigilantes. O inimigo de vocês, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.
- 1 Pedro 5:8

A Palavra de Deus nos orienta a trabalhar, a servir e gerir bem o nosso tempo, entre afazeres diários e descanso. Passar muito tempo sem fazer nada, acarreta perda de tempo e desperdício da vida que Deus nos dá.

Não perca seu precioso tempo! Ore, vigie e trabalhe... A Bíblia nos ensina a pensar nas coisas do alto (Colossenses 3:2), a aproveitar o tempo (Efésios 5:16), a não ser preguiçosos (Romanos 12:11) e a não dar lugar ao Diabo (Efésios 4:27).

Exemplos na Bíblia da conexão entre mente vazia e pecado

Apesar da expressão "mente vazia, oficina do diabo" não aparecer na Bíblia, há várias histórias e passagens que exemplificam a ideia de que a falta de propósito e boa ocupação podem levar a comportamentos negativos ou pecaminosos.

1. Davi e Bate-seba: No tempo em que os reis costumavam ir à guerra, o rei Davi ficou em casa. Em sua preguiça e desocupação, ele avistou Bate-Seba, a esposa de Urias, tomando banho. Davi acabou cometendo adultério com ela e, posteriormente, planejou a morte de Urias para encobrir seu pecado (2 Samuel 11:1-4). Talvez este seja o maior exemplo bíblico, que ilustra esse provérbio popular, o rei Davi adulterou com Bate-Seba, conspirou para enganar e matar Urias, o marido dela.

2. A Parábola dos Talentos: Nesta parábola, contada por Jesus, o servo que recebeu um talento, não investiu nem trabalhou com ele, mas enterrou-o. Ele foi repreendido por sua inatividade e falta de diligência. Este servo não utilizou seu tempo de forma produtiva e foi punido por isso (Mateus 25:14-30). Essa história nos mostra que uma vida vazia, sem propósito pode gerar consequências graves.

Preencha seu coração e sua mente da Palavra de Deus. Seja diligente, trabalhador, não perdendo a oportunidade de servir a Deus e ao próximo. Assim, Deus te guardará a não ser tentado pelo Mal.

BíbliaOn

MÊS DA BÍBLIA: HISTÓRIA, SIGNIFICADO E REFLEXÃO PARA 2024


 

MÊS DA BÍBLIA: HISTÓRIA, SIGNIFICADO E REFLEXÃO PARA 2024

O Mês da Bíblia, celebrado em setembro pela Igreja Católica no Brasil, é uma tradição que se consolidou desde 1971. Essa iniciativa tem suas raízes no Concílio Ecumênico Vaticano II, que incentivou o acesso das Escrituras Sagradas a todos os fiéis. A escolha de setembro está ligada ao Dia de São Jerônimo, celebrado no dia 30, conhecido como o tradutor da Bíblia para o latim.

A celebração do Mês da Bíblia tem como principais objetivos aproximar os fiéis da Palavra de Deus, promovendo uma leitura orante e reflexiva das Escrituras. Além disso, busca-se estimular a prática do estudo bíblico em comunidade, fortalecendo a fé e a missão evangelizadora da Igreja.

Para 2024, a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – escolheu o livro de Ezequiel como tema central do Mês da Bíblia, com o lema “Porei em vós meu espírito e vivereis” (Ez 37,14). Ezequiel, um profeta ativo durante o exílio babilônico, oferece uma mensagem de esperança e renovação. Sua visão mais famosa, a dos ossos secos, ilustra o poder de Deus de trazer vida nova em situações de desolação e morte.

A escolha desse tema é especialmente relevante em um contexto em que muitas pessoas e comunidades enfrentam desafios espirituais, sociais e até físicos. A mensagem de Ezequiel convida os cristãos a confiar na promessa de Deus de renovação através da ação do Espírito Santo, que é capaz de reviver o que parecia estar morto.

O livro de Ezequiel é uma obra rica em simbolismo e profecias. Entre os temas abordados pelo profeta, destacam-se:

A Visão dos Ossos Secos (Ez 37,1-14): Ezequiel é levado em espírito a um vale cheio de ossos secos, representando a nação de Israel em seu estado de desesperança e exílio. Deus ordena a Ezequiel que profetize sobre os ossos, que começam a se reunir e ganhar vida quando o Espírito de Deus é soprado sobre eles. Este relato poderoso simboliza a promessa de restauração e renovação espiritual, que é central no tema do Mês da Bíblia 2024.

Novo Coração e Novo Espírito (Ez 36,26-27): Deus promete dar ao Seu povo um novo coração e um novo espírito, substituindo seus corações de pedra por corações de carne. Este trecho sublinha a importância da conversão e da abertura ao Espírito Santo, que transforma e renova a vida do cristão.

O Espírito Santo ocupa um papel central na reflexão proposta para 2024. A promessa “Porei em vós meu espírito e vivereis” não apenas aponta para a restauração física e espiritual de Israel, mas também para a vida nova em Cristo, oferecida a todos os que aceitam a ação do Espírito Santo em suas vidas.

A Igreja ensina que o Espírito Santo é o Consolador prometido por Jesus, que guia, fortalece e santifica os fiéis. A leitura e a meditação do livro de Ezequiel durante o Mês da Bíblia devem levar os cristãos a uma maior consciência da presença e da ação do Espírito Santo em suas vidas, inspirando uma vivência mais profunda da fé.

O Mês da Bíblia é um convite para as comunidades católicas se reunirem em torno da Palavra de Deus, promovendo estudos bíblicos, orações comunitárias e reflexões que levem à conversão e à renovação espiritual. A lectio divina é o método sugerido para essas práticas, sendo um processo de leitura, meditação, oração e contemplação das Escrituras.

Além disso, a CNBB sugere que as comunidades aproveitem esse período para aprofundar o estudo do livro de Ezequiel em suas reuniões, refletindo sobre como a mensagem do profeta pode ser aplicada à vida atual.

Os Encontros Bíblicos devem ser momentos de partilha, onde cada participante é chamado a contribuir com suas reflexões e experiências, enriquecendo a vivência comunitária da fé.

O Mês da Bíblia 2024, com seu foco no livro de Ezequiel e na ação do Espírito Santo, é uma oportunidade única para a Igreja no Brasil aprofundar sua relação com a Palavra de Deus. Em um mundo marcado por desafios e incertezas, a mensagem de esperança e renovação de Ezequiel é um chamado à confiança em Deus, que sempre está disposto a infundir vida nova em nossos corações e comunidades.

Que este período de reflexão e oração inspire uma renovação espiritual profunda, capacitando os cristãos a viverem plenamente sua missão evangelizadora, guiados pelo Espírito Santo. O Mês da Bíblia não é apenas um tempo de estudo, mas um verdadeiro convite à transformação interior e à vivência concreta da fé em comunidade.

 

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

QUEM NÃO APRENDE E VEM PELO AMOR VEM PELA DOR


 

QUEM NÃO APRENDE E VEM PELO AMOR VEM PELA DOR

Quem já ouviu - ou até citou - este ditado popular: quem não vem pelo amor vem pela dor. Muitos acreditam que essa frase faça parte de algum versículo bíblico, na verdade, "quem não vem pelo amor vem pela dor" não está na Bíblia e não tem fundamento bíblico.

O motivo é claro: Deus é amor e as pessoas são atraídas ao Pai por meio do Filho, Jesus Cristo.

Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.
- 1 João 4:15-16

Existe louvor, até livros com essa frase, mas o ditado não tem base bíblica. Pelo fato de muitas pessoas citarem esta expressão no ambiente cristão - até em pregações - há uma associação equivocada da frase.

Cristo não converte o homem por meio da dor, pelo contrário, Ele alivia a nossas dores e sara as nossas feridas! Através do seu sofrimento recebemos a Salvação e a solução para acabar com as nossas dores:

Certamente Ele tomou sobre si
as nossas enfermidades
e sobre si levou as nossas doenças;
contudo nós o consideramos
castigado por Deus,
por Deus atingido e afligido. Mas Ele foi traspassado
por causa das nossas transgressões,
foi esmagado por causa
de nossas iniquidades;
o castigo que nos trouxe paz
estava sobre Ele, e pelas suas feridas
fomos curados.
- Isaías 53:4-5

Na verdade, a dor que sentimos é consequência dos nossos pecados e do nosso afastamento de Deus. Quando pecamos, estamos expostos à dor e ao fracasso. Veja o triste exemplo de Judas Escariotes após ter traído Jesus:

Quando Judas, que o havia traído, viu que Jesus fora condenado, foi tomado de remorso e devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as trinta moedas de prata.
E disse: "Pequei, pois traí sangue inocente". E eles retrucaram: "Que nos importa? A responsabilidade é sua".
Então Judas jogou o dinheiro dentro do templo e, saindo, foi e enforcou-se.
- Mateus 27:3-5

Infelizmente - em muitas vezes - quando sofremos as consequências dos nossos atos é que lembramos de Deus. Na Parábola do Filho Pródigo podemos entender isso. Quando o filho - que passava por sofrimento - se arrependeu, o pai o recebeu de braços abertos:

Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
"Mas o pai disse aos seus servos: 'Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés.
Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos.
- Lucas 15:20-21

Tudo o que o filho sofrera foi consequência das suas próprias escolhas, ainda assim seu pai o recebeu com grande amor. Isso só aconteceu por causa de uma palavra-chave: arrependimento.

Ao percebermos os nossos erros - o motivo da nossa dor - temos duas escolhas: sermos envolvidos pelo remorso, deixando o enganador nos levar a destruição; ou nos arrependermos e sermos transformados por Cristo através do seu amor.

Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
- 2 Coríntios 5:17

Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
- Romanos 8:38-39

Venha a Cristo por amor e acabe com a dor!

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