quinta-feira, 30 de novembro de 2023

EQUILÍBRIO EMOCIONAL

 

EQUILIBRIO EMOCIONAL

Equilíbrio emocional é uma ferramenta poderosa, capaz de influenciar relacionamentos, mudar padrÔes de conduta e gerar comportamentos mais positivos.

Essa competĂȘncia parte de soft skills como a empatia, autoconhecimento e assertividade, culminando em um maior domĂ­nio sobre as reaçÔes que temos no dia a dia.

Construir uma relação harmÎnica com as próprias emoçÔes não significa que os sentimentos vão ficar represados, e, sim, que serão liberados no momento oportuno, da melhor forma possível.

O resultado Ă© a manutenção da saĂșde emocional e psĂ­quica, com efeitos diretos sobre a produtividade, criatividade e relacionamento interpessoal no trabalho.

A boa notícia é que todos podemos aprender e aprimorar o equilíbrio emocional aos poucos, realizando açÔes simples e contínuas.

O QUE É O EQUILÍBRIO EMOCIONAL?

EquilĂ­brio emocional Ă© uma competĂȘncia comportamental que permite reconhecer a influĂȘncia das emoçÔes e, em resposta, exercer o autocontrole sobre elas, a fim de obter reaçÔes mais centradas, racionais e harmĂŽnicas, mesmo quando diante de situaçÔes extremas, como as crises.

O equilĂ­brio emocional Ă© alcançado atravĂ©s de investimento em tĂ©cnicas de gestĂŁo da emoção e inteligĂȘncia emocional.

Isso implica em combinar o conhecimento de si próprio à compreensão sobre as motivaçÔes das outras pessoas para atingir o domínio do nosso comportamento.

Pessoas equilibradas emocionalmente conseguem alterar padrÔes de conduta nocivos, como as reaçÔes impulsivas após receber uma crítica.

Dependendo de como a crĂ­tica Ă© expressa, nossa tendĂȘncia Ă© responder no mesmo tom ou adotar uma postura agressiva, atacando uma caracterĂ­stica da outra pessoa para nos defender.

Essa dinĂąmica costuma ser desencadeada de modo automĂĄtico, quando nĂŁo tomamos consciĂȘncia sobre nossas emoçÔes, deixando que elas assumam o comando da mente em momentos estressantes.

Porém, é possível quebrar esse e outros padrÔes ao incluir, por exemplo, um instante de reflexão antes de respondermos ou tomarmos qualquer atitude precipitada.

Compreender o que estĂĄ por trĂĄs do comportamento – nosso e de quem nos cerca – Ă© a chave para potencializar o equilĂ­brio emocional.

Qual a importĂąncia do equilĂ­brio emocional?

Para falarmos sobre a importĂąncia do equilĂ­brio emocional, vamos a uma reflexĂŁo.

Retirado do artigo “O equilĂ­brio emocional na vida pessoal e profissional”, escrito pelo administrador e coach Carlos Barros, o trecho abaixo aponta para a dinĂąmica por trĂĄs das reaçÔes humanas:

“Aprimorar e fortalecer o equilĂ­brio das emoçÔes proporciona controle dos pensamentos, sentimentos e açÔes que determinam o seu comportamento diante de situaçÔes adversas, dando clareza e foco na solução de problemas, buscando-se melhores alternativas, levando-se a tomar decisĂ”es mais assertivas, com consciĂȘncia, calma e ponderação.”

Por mais racional que uma decisĂŁo pareça, sempre hĂĄ um contexto e influĂȘncia emocional, que pode ser maior ou menor.

Daí a necessidade de entendermos os processos que desencadeiam estados emocionais positivos ou negativos, e tudo começa no pensamento.

VocĂȘ, provavelmente, jĂĄ despertou de um sonho ruim com emoçÔes negativas, o que acabou afetando seu humor nas primeiras horas do dia.

Ao pensar sobre o que o deixou mal-humorado, não conseguiu identificar nada, fora o pesadelo, o que mostra a forte ligação entre pensamentos e emoçÔes.

Quando estamos nos sentindo bem, temos pensamentos positivos em mente.

No entanto, tudo pode mudar a partir de uma notĂ­cia ou lembrança ruim, ou atĂ© mesmo diante do medo de que um novo projeto nĂŁo dĂȘ certo.

Se vivemos concentrados no passado ou no futuro, corremos maior risco de ficar ansiosos e desanimados com frequĂȘncia, favorecendo o aparecimento de males como a depressĂŁo e crises de ansiedade.

Portanto, o equilĂ­brio emocional Ă© uma medida preventiva que ajuda a evitar o adoecimento da mente.

Também auxilia em nosso autoconhecimento, com efeito sobre o relacionamento intrapessoal (interno) e interpessoal (com outras pessoas).

O raciocĂ­nio Ă© simples: quem se conhece melhor toma ciĂȘncia de suas forças e fraquezas, o que lhe dĂĄ a oportunidade de aperfeiçoamento e correção das falhas.

Por consequĂȘncia, passa a admirar seus pontos fortes, usando-os para minimizar os pontos fracos e melhorar a autoimagem.

Essa melhora se reflete no exterior, pois a autoconsciĂȘncia permite compreender que os demais seres humanos tambĂ©m possuem forças e fraquezas.

Assim, competĂȘncias como a empatia e a comunicação sĂŁo aprimoradas, o que melhora a capacidade de relacionamento interpessoal em todas as esferas da vida.

 As 4 principais causas do desequilĂ­brio emocional

O desequilíbrio emocional ocorre quando deixamos o comando das açÔes, liberando sentimentos automaticamente.

Vale lembrar que as emoçÔes são reaçÔes, ou seja, são geradas de modo automåtico diante de estímulos ou gatilhos. Por isso, não é såbio deixar que elas controlem nossas atitudes.

No entanto, tenha em mente que sentir raiva pela demora na fila do banco, por exemplo, é totalmente normal e até saudåvel.

Essa reação sĂł se torna um problema se decidirmos descontar a raiva nas pessoas que nos rodeiam, em vez de pensar soluçÔes para a situação em si – pois Ă© o cenĂĄrio que nos incomoda, e nĂŁo os indivĂ­duos.

A seguir, citamos 4 fatores que costumam estar na raiz do desequilĂ­brio emocional.

Impulsividade

Cada pessoa tem seu perfil, que a faz naturalmente mais ou menos impulsiva.

Essa caracterĂ­stica nĂŁo Ă© necessariamente um defeito, pois pode fazer com que esse indivĂ­duo nĂŁo tenha medo de correr riscos, seja criativo e espontĂąneo.

Entretanto, a impulsividade tem um lado prejudicial, jĂĄ que aumenta as chances de altos e baixos – em outras palavras, de desequilĂ­brio.

PressÔes externas

Uma das situaçÔes que ilustra bem a influĂȘncia que as pressĂ”es externas podem ter sobre nosso comportamento Ă© o luto.

Enfrentar a morte de uma pessoa querida é bastante doloroso, o que acaba levando a momentos de fragilidade e até posturas incomuns.

Quem é calmo pode ter reaçÔes explosivas enquanto tenta aceitar a perda. Quem gosta de eventos sociais pode se isolar por algum tempo, e assim por diante.

Claro que esse Ă© um cenĂĄrio extremo, mas, diariamente, enfrentamos pressĂ”es que, se potencializadas, tĂȘm a capacidade de acabar com a harmonia nas emoçÔes.

Rotina estressante

Hå períodos da vida em que precisamos nos esforçar e dedicar bastante a uma årea.

É o caso do cuidado com um familiar doente, do nascimento de um filho, de um grande projeto no trabalho ou da elaboração de um trabalho de conclusão de curso (TCC).

A questão é que a demanda maior em um segmento não elimina a atenção que precisamos dar aos demais, o que resulta em sobrecarga constante e, muitas vezes, em uma rotina estressante.

Alguns tipos de carreira e ambientes de trabalho tĂȘm esse mesmo efeito, levando Ă  sobrecarga e descontrole emocional.

Mudanças repentinas

Ter segurança é uma necessidade båsica de todo ser humano.

Essa é uma das razÔes para temermos as mudanças, que tiram de nós a segurança da zona de conforto e nos expÔem ao desconhecido.

Compreender isso é fundamental para sermos mais pacientes com as emoçÔes em períodos de mudança, tendo em mente que logo eles vão passar.

Ou serão substituídos pelo cenårio anterior, ou vamos nos acostumar com a mudança, tornando-a nossa nova zona de conforto.

 Como desenvolver equilĂ­brio emocional em 6 passos

Vimos, acima, fatores capazes de nos levar ao desequilĂ­brio e a episĂłdios explosivos.

Embora nĂŁo seja saudĂĄvel viver em constante desarmonia e acessos de raiva ou choro, Ă© comum nos descontrolarmos de vez em quando – principalmente quando enfrentamos cenĂĄrios extremos.

A sobrecarga em casa, no trabalho ou em outras esferas acaba elevando o nĂ­vel de irritabilidade e diminuindo a tolerĂąncia, o que Ă© uma receita eficaz para fazermos “tempestade em copo d’ĂĄgua”.

Nessas horas, é bom tomar alguns momentos para que a calma retorne e nos direcione a decisÔes ponderadas.

Outra dica de ouro Ă© trabalhar pelo desenvolvimento do equilĂ­brio emocional, cultivando açÔes que fortalecem essa competĂȘncia.

Afinal, ninguém nasce dominando essa habilidade, portanto, quanto mais treino, melhor o resultado.

Comece pelos 6 passos que explicamos a seguir.

1. Conheça a si mesmo e seus limites

Nos tópicos acima, falamos sobre a importùncia do autoconhecimento, que é o início de qualquer transformação interior.

Sem saber quais sĂŁo nossos interesses, preferĂȘncias, gatilhos e do que nĂŁo gostamos, fica impossĂ­vel para o “Eu” assumir o comando em situaçÔes de crise.

EntĂŁo, inicie sua jornada em busca do equilĂ­brio emocional observando a si mesmo para compreender o que te impulsiona e o que te paralisa.

Até porque, muitas vezes, comportamentos destrutivos são provocados pela insatisfação com o rumo que nossa vida estå tomando, sem nos darmos conta disso.

Todavia, as ferramentas para alterarmos essa trajetĂłria estĂŁo dentro de nĂłs mesmos.

Outro benefício do autoconhecimento é saber quais limites devemos traçar para nossas relaçÔes e atividades, prevenindo o esgotamento físico, psíquico e emocional.

Um exemplo Ă© deixar de frequentar ambientes que tiram nossa energia ou conversar com pessoas que adotam posturas tĂłxicas, sufocando nossas ideias e projetos.

2. Tome consciĂȘncia das suas emoçÔes

Existem indivĂ­duos que tĂȘm algum autoconhecimento, mas deixam de lado os processos ligados Ă  gestĂŁo das emoçÔes.

Acontece que as emoçÔes não funcionam de maneira lógica. Elas são desencadeadas por estímulos internos e externos que nem sempre fazem sentido.

O medo, por exemplo, é uma emoção båsica ligada ao instinto de autopreservação.

Quando estamos diante de um perigo, como um animal feroz, o medo dispara um tipo de alarme interno, liberando adrenalina e aguçando nosso foco para lutar ou correr da fera.

No entanto, essas mesmas reaçÔes podem ser provocadas por perigos irreais ou preocupação excessiva, levando a crises de ansiedade ou síndrome do pùnico.

Sabendo como funciona o processo, podemos interferir para evitar esses episĂłdios, diminuindo estĂ­mulos estressantes e melhorando a qualidade de vida.

3. Desenvolva a autoconfiança

Se ainda nĂŁo compreendemos o funcionamento da mente, Ă© normal ter a impressĂŁo de que nĂŁo somos capazes de controlar os eventos que ocorrem nesse campo.

PorĂ©m, essa Ă© uma crença equivocada, facilmente questionĂĄvel quando investimos em autoconhecimento e inteligĂȘncia emocional.

Afinal, se pensarmos bem, jå manipulamos as emoçÔes algumas vezes.

Isso aconteceu quando, em vez de discutir, saĂ­mos da frente de uma pessoa que nos insultou.

Ou naquele dia em que estĂĄvamos nos sentindo desmotivados para fazer faxina em casa, mas mudamos essa condição colocando uma mĂșsica animada.

Obviamente, hå ocasiÔes em que é mais simples evocar as emoçÔes positivas, e outras em que é mais complicado.

As complexas exigem um conhecimento maior de sua dinĂąmica, gatilhos e processos de ressignificação, que se beneficiam da ajuda de um profissional capacitado – psicĂłlogo, terapeuta, coach, etc.

4. Eduque os pensamentos

EmoçÔes e pensamentos estão ligados, por isso, um influencia o outro.

Se deseja controlar as emoçÔes, invista em uma mudança no padrão de pensamentos, priorizando os positivos e estimulantes.

No instante em que identificar um pensamento negativo, coloque-o em dĂșvida e abra espaço para hipĂłteses positivas e lembranças agradĂĄveis.

Com o tempo, essa dinĂąmica vai virar hĂĄbito, preenchendo sua mente com pensamentos inspiradores.

5. Cultive relaçÔes seguras e saudåveis

Em outras palavras: mantenha por perto aqueles que te ajudam a melhorar e fazem com que se sinta bem.

Aproxime-se dessas pessoas e construa laços com base na fidelidade e confiança, pois essas relaçÔes te darão força para alcançar seus objetivos e manter a harmonia internamente.

6. Tenha vĂĄlvulas de escape

Atualmente, tendemos a acumular funçÔes, culminando em uma rotina agitada, cheia de pressão, estresse e sobrecarga emocional.

A dica para contornar essa rotina Ă© estabelecer vĂĄlvulas de escape, ou seja, momentos e atividades prazerosas que aliviem a tensĂŁo mental.

Separe um tempo para um hobby saudåvel, como um esporte, caminhada, dança, luta, cozinhar, costurar, pintar ou para um curso que sempre quis fazer.

Diariamente, quebre a rotina com um tempo de leitura, uma volta na praça perto de casa, pausa para um café na padaria ou assistindo uma série de que gosta.

Quais sĂŁo os malefĂ­cios em nĂŁo buscar equilĂ­brio emocional?

Abaixo, reunimos 05 efeitos negativos desencadeados pela falta de equilĂ­brio emocional. Confira.

Autoimagem distorcida

A desarmonia no ùmbito da mente pode afetar a imagem que temos de nós mesmos, levando a nos identificar como a emoção que sentimos em determinado momento.

No entanto, as emoçÔes sĂŁo passageiras, podendo mudar a qualquer instante, enquanto nosso “Eu” e personalidade sĂŁo permanentes.

Sintomas fĂ­sicos

Maior propensĂŁo a distĂșrbios emocionais Ă© um grande problema para quem nĂŁo consegue controlar os sentimentos, ou tenta represĂĄ-los.

Lembre-se de que ter equilíbrio não implica em renegar ou esconder o que sente e, sim, em expressar as emoçÔes no momento adequado, de forma assertiva para não magoar a si mesmo e a outras pessoas.

Caso não sejam liberadas, as emoçÔes podem levar a quadros de insÎnia, dores no corpo e estresse constante, conforme alerta, em reportagem, o doutor em psicologia Roberto Banaco:

“Tais condiçÔes alteram a concentração para enfrentamento dos problemas, piorando gradativamente o quadro em um cĂ­rculo vicioso muitas vezes sĂł possĂ­vel de se vencer com ajuda terapĂȘutica.”

Estresse

Um dos fatores que levam ao desequilĂ­brio Ă© ter uma rotina estressante, sem instantes de calmaria para reorganizar as ideias e os sentimentos.

Mas o estresse também acaba sendo causado pela falta de comando quanto às emoçÔes.

Como esse é um estado de alerta constante, leva mente e corpo à exaustão, contribuindo para que a imunidade baixe e abra espaço para doenças como inflamaçÔes e dores de cabeça.

Dificuldades nos relacionamentos

A desarmonia e a falta de filtro ao expressar as emoçÔes submetem os relacionamentos interpessoais a altos e baixos, levando a uma sensação de insegurança frequente.

Isso porque nunca se sabe se haverĂĄ explosĂ”es ou brigas que, aparentemente, nĂŁo tĂȘm motivo.

Queda na produtividade

Estresse e exaustĂŁo mental tendem prejudicar o rendimento no trabalho, acabando com a produtividade por causa da instabilidade emocional.

Em casos crĂ­ticos, o desequilĂ­brio favorece o aparecimento de males como a sĂ­ndrome de burnout, fruto de esgotamento psĂ­quico e emocional diante das demandas profissionais.

Como adquirir equilĂ­brio emocional no trabalho

Manter a harmonia Ă© ainda mais relevante no ambiente de trabalho, seja para construir um clima organizacional acolhedor ou para fechar negĂłcio com clientes que sĂł conhecemos de modo superficial.

Para simplificar as relaçÔes e agregar equilíbrio, vale seguir as dicas que listamos abaixo:

  • Foque no trabalho e resultados
  • NĂŁo se importe tanto com crĂ­ticas ou opiniĂ”es dos outros. Elas dizem mais sobre eles do que sobre vocĂȘ
  • Aplique o autoconhecimento no trabalho, aprendendo mais sobre seu perfil para elevar a produtividade
  • Pratique sempre a empatia, colocando-se no lugar do outro para entender a perspectiva dele
  • Diante de crises ou conflitos, procure nĂŁo responder no mesmo tom. Respire e, se possĂ­vel, faça uma pausa para encontrar a melhor solução
  • Comunique-se de um jeito assertivo, retirando a carga emocional do seu comentĂĄrio.

ConclusĂŁo

EquilĂ­brio emocional Ă© uma competĂȘncia necessĂĄria para manter relacionamentos saudĂĄveis, mudar comportamentos destrutivos e assumir o protagonismo na carreira.

Além disso, contribui para uma sensação de bem-estar interno, com benefícios na qualidade de vida, autoconfiança e maior satisfação.

FIA