CONFLITOS INTERNOS
Culpa, tristeza e arrependimentos… Ou ainda uma decisão difícil a ser tomada. Todas essas situações podem gerar conflitos internos e causar sofrimento.
Lidar com conflitos internos pode se tornar um verdadeiro penhor em sua vida. Normalmente, acompanhados de questões morais, éticas, tabus e desejos incompreendidos, os conflitos existenciais podem levar pessoas bastante racionais a um consultório de psicologia, com sua saúde mental beirando a estafa.
Não são raros os casos de pessoas que chegam em consultórios buscando apoio para resolver conflitos internos de todas as magnitudes. As pessoas muitas vezes chegam à estafa, podendo serem acometidas por crises de pânico, estresse severo, distúrbios do sono, ansiedade, fobia social, entre outros transtornos.
Para Freud, os conflitos internos são criados e resolvidos por duas partes, uma que reconhece o desejo e a outra que luta contra para evitar se prejudicar. E o conflito deve ser resolvido o mais rápido possível sob pena de arcar com prejuízos com os quais não poderemos lidar.
Por isso, a sensação de urgência, imediatismo e crise que se instala na vida de uma pessoa que está enfrentando conflitos internos.
Nem sempre todas as consequências são reais e tangíveis. Outras tantas está em risco a moral, imagem e aquilo que a pessoa acredita ser e busca fazer os outros acreditarem.
De acordo com psicólogos, o risco de ver sua imagem ser desconstruída promove uma série de dores e traz à tona traumas de infância, às vezes esquecidos ou escondidos, que foram cristalizados para evitar sofrimento, mas podem vir à tona com conflitos internos.
Passo a passo para resolver conflitos internos
Existem algumas técnicas que podem ajudar a lidar com conflitos internos, as quais listamos aqui, com o objetivo de ajudar nesse processo de autoconhecimento.
Caso não se sinta capaz de lidar sozinho com esses conflitos, procure ajuda de um profissional que com a ajuda da Terapia Cognitivo Comportamental irá facilitar e mediar a resolução desses conflitos para que não se tornem incapacitantes.
1) Reconhecendo e identificando o conflito
O primeiro passo para resolver um conflito interno é reconhecer e identificar tudo o que faz parte desse conflito e porque ele se estabeleceu em sua vida.
Considere a razão pela qual você considera isso um conflito, o que fere, quais partes em você reivindicam resoluções diferentes.
Dê nome às partes do conflito, isso irá facilitar o diálogo entre elas.
2) O desejo pretendido
Você deve entender o que faz parte do seu desejo e porque ele deve ser inibido.
O conflito afeta sua vida pessoal, profissional, social? Qual a proporção que uma solução considerada não apropriada pode trazer para sua vida?
Fazer certas perguntas a si mesmo irá elucidar questões de modo mais racional, trazendo mais lucidez e certo distanciamento para a resolução de conflitos internos.
Entender de modo claro as partes do conflito o ajudará a considerar uma tomada de decisão apoiada em prós e contras. Se achar necessário, faça uma lista e atribua valores.
3) Entenda as partes inerentes ao conflito
Considere o que é mais importante para você. Qual consideração apontada por cada parte deve ser elevada em grau de prioridade.
Do que você não pode abrir mão? Essas partes em você são capazes de reconhecer a importância de certos valores atribuídos a outra parte?
Ou os valores são fracos o suficiente para não serem considerados nesse conflito? Reflita e faça as partes buscarem um equilíbrio entre esses fatores.
4) Intenções positivas conflitantes
Considere a intenção de cada parte. Porque cada uma delas traz apontamentos que buscam de um modo ou outro evitar sofrimento.
Lá no fundo, quando precisamos solucionar um conflito, essa é a verdadeira intenção e as partes são meios de obter e se manter em segurança. Mas sob qual preço?
Considere as intenções positivas de cada parte, para entender qual delas tem mais força na hora de clamar por uma solução.
5) Estabeleça um acordo e um pacto entre as partes
Fazendo as partes argumentarem entre si, e defender sua importância em sua vida e no conflito em questão será possível avaliar e fazer com que cada uma abra mão daquilo que naquele momento não é tão importante para solucionar aquele problema.
Estabelecido um acordo entre as partes, considere firmar um pacto, no qual cada parte concorda em colaborar e contribuir com a solução não exercendo ou apresentando outros argumentos após tomada a decisão.
Assim, elas não irão recorrer a culpa, cobrança, sarcasmo depois que você decidir. E se o fizerem, você voltar ao acordo, de modo a encontrar um meio de atender todas as partes e colaboração por longo prazo.
6) Sua decisão é ética e atende seus princípios morais
Chegou a hora da decisão final. Nessa hora você avalia se todas as partes em você estão de acordo, se existe alguma parte insatisfeita e se o que foi decidido está de acordo com questões éticas e princípios morais.
Desde que haja harmonia e que tanto suas crenças e valores sejam respeitados, você estará pronto para tomar uma decisão, caso contrário, reinicie o processo.
Como vimos, o sofrimento dentro de nós pode vir de um embate interno. Entender o que motiva o conflito, cada uma das partes conflitantes e, principalmente, a nós mesmos, irá ajudar a resolvê-lo. E, assim, a nossa vida se torna mais leve.
PSICÓLOGO.COM
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