terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

LUTAR, CANTAR. AMAR E CALAR

 

LUTAR, CANTAR, AMAR E CALAR

Assim queria o poeta.

Lutar para que os desvarios mundanos não roubem nossa sensibilidade.

Cantar a canção da dor e a canção o amor.

Cantar pelos que, empedernidos, já não conhecem os acordes.

Cantar por aqueles que impedem a canção alheia.

Cantar o silêncio dos que não têm voz ou vez.

Amar como ação necessária de encontros e paisagens.

Contemplamos o mundo para conhecê-lo e transformá-lo.

E calar?

Mas como calar diante das feridas abertas da injustiça e da destruição do nosso irmão?

Calar para, como Maria, a mãe da esperança, escutar a boa nova, a missão e então agir...

Paciência não como acomodação.

Calar é contemplar o que precisa ser mudado para depois lutar, combatendo o bom combate, e depois cantar uma canção nova e aí, então, amar.

E calar novamente.

Sim, amigo (a), é no silêncio dos nossos porões que habitam muitas razões.

Ganhar ou perder são imagens que temos de momentos que vivemos e de pessoas com as quais nos surpreendemos.

Não sei, amigo (a), se você tem medo das perdas que surgem por aí.

Ou se a paciência já é convidada do seu alimento diário.

Persigo a paciência como persigo a inquietação.

 Não quero deixar as coisas como estão.

Quero mudar o mundo, sim, e para isso preciso também da paciência.

E da cumplicidade.

Sozinho (a), sou incapaz de prosseguir, até porque os medos contemporâneos não me abandonaram.

Sozinho (a), sou capaz de desistir....

 

Padre Fábio de Melo

 

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