LUTAR, CANTAR, AMAR E CALAR
Assim queria o poeta.
Lutar para que os desvarios mundanos não roubem nossa sensibilidade.
Cantar a canção da dor e a canção o amor.
Cantar pelos que, empedernidos, já não conhecem os acordes.
Cantar por aqueles que impedem a canção alheia.
Cantar o silêncio dos que não têm voz ou vez.
Amar como ação necessária de encontros e paisagens.
Contemplamos o mundo para conhecê-lo e transformá-lo.
E calar?
Mas como calar diante das feridas abertas da injustiça e da destruição do nosso irmão?
Calar para, como Maria, a mãe da esperança, escutar
a boa nova, a missão e então agir...
Paciência não como acomodação.
Calar é contemplar o que precisa ser mudado para depois lutar, combatendo o bom combate, e depois cantar uma canção nova e aí, então, amar.
E calar novamente.
Sim, amigo (a), é no silêncio dos nossos porões que
habitam muitas razões.
Ganhar ou perder são imagens que temos de momentos que vivemos e de pessoas com
as quais nos surpreendemos.
Não sei, amigo (a), se você tem medo das perdas que surgem por aí.
Ou se a paciência já é convidada do seu alimento diário.
Persigo a paciência como persigo a inquietação.
Não quero deixar as coisas como estão.
Quero mudar o mundo, sim, e para isso preciso também da paciência.
E da cumplicidade.
Sozinho (a), sou incapaz de prosseguir, até porque os medos contemporâneos não me abandonaram.
Sozinho (a), sou capaz de desistir....
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